terça-feira, 28 de junho de 2011

OPERAÇÃO TAPA BURACOS

                   Às vezes nós vemos nas ruas carros da prefeitura realizando um trabalho que eles chamam de “operação tapa buracos” (geralmente após o período de chuva). Mas o que seria isto? São funcionários que passam pelas ruas tapando os buracos que foram surgindo em determinados trechos das ruas, mas como sabemos, em pouco tempo após o buraco ser tapado ele surge novamente atrapalhando a vida de quem trafega pelo local, passa-se um ano e começam novamente os trabalhos de restauração.
Mas o que isso tem a ver conosco? O que tem a ver com a vida espiritual? Será que existe buracos e remendos em nossas vidas?
A respeito deste assunto certa vez Jesus explicou muito claramente dizendo:
“Também lhes disse uma parábola: Ninguém tira pedaço de veste nova e põe em veste velha; pois que rasgará a nova e o remendo da nova não se ajustará à velha.
E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois que o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho e os odres se estragarão.
Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos e ambos se conservarão.
E ninguém tendo bebido o vinho velho prefere o novo; porque diz: o velho é excelente “.  (Lc 5:36 a 39).
            Em nossos dias temos encontrado muitos remendos. O “jeitinho brasileiro” que se faz constante em nossas vidas invade também às igrejas remendando a Palavra de Deus em benefício próprio. Quando Jesus referiu esta parábola o assunto em questão era algo bastante discutido em nossos dias, o jejum. Como bem sabemos o jejum é uma prática espiritual descrita tanto no velho como no novo testamento. Porém eles (os escribas e fariseus), queriam pegar o novo ensinamento de Jesus, baseado na graça, e colocá-lo no velho ensinamento da lei, queriam fazer um remendo do jejum dentro de suas velhas práticas de vida baseados na lei de Moisés. Mas Jesus deixou bem claro a separação entre o novo e o velho quando disse:
“Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado por esforço e os que se esforçam se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.” (Mt 11:12,13).
Esta é uma prática muito comum, querer “dar um jeitinho” de arrumar as coisas sem ter muito trabalho. Quantas vezes tapamos os buracos com preguiça de fazer um recapeamento total? E, com certeza os buracos voltam. Quantas vezes fazemos “gambiarras elétricas” por relaxamento, e quando menos esperamos dá um curto-circuito e quebram aparelhos eletrônicos, quando não causa um incêndio? Quantas vezes vemos que determinado ensino da Palavra funcionou na vida de alguém e começamos a praticá-lo sem ter uma verdadeira transformação de vida? Quantas vezes procuramos explicação na Bíblia para podermos justificar atos que sabemos que não estão de acordo com a vontade de Deus?
Durante um longo período de minha vida estive praticando coisas que, por mais certas que fossem, não preenchiam a minha vida. Desde pequeno recebi os ensinamentos a respeito de Deus e sempre fui ensinado a buscar orientação nos ensinos Bíblicos, porém não conseguia algo que me preenchesse. Então resolvi mudar de denominação, procurar uma “verdade nova”. Satisfez-me por algum tempo. Porém, depois de certo tempo eu estava novamente vazio e a procura de outra “verdade nova” e foi assim por vários anos.
O problema foi que, mesmo com práticas espirituais novas, o meu coração era antigo, eu só fazia remendar um buraco espiritual que ia aumentando cada vez mais. Foi quando descobri a verdade de Deus. Não foi um versículo novo, não foi algo que eu nunca tinha escutado. Foi uma coisa muito simples, mas que mudou totalmente a minha vida. Eu sempre havia escutado isso; eu cheguei a ensinar a outras pessoas na escola bíblica mas eu nunca havia praticado porque eu só conhecia na minha alma (mente). Mas um dia eu ouvi de Deus que :
“Se alguém está em Cristo, nova  criatura é; as coisas velas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2º Cor 5;17).
Eu sempre lembro a época em que compreendi isso. Eu orava, lia  muito a Bíblia, fazia vigílias, corria atrás de oração de pastores e missionários, vivia atrás de “denominações de fogo”; vivia procurando remendos para meu vestido velho, enquanto Jesus estava me esperando com um vestido novinho pra me dar, e eu sem querer receber por causa da minha alma que não compreendia a verdade de Deus. Até que a palavra de Deus penetrou em meu espírito e trouxe o que eu estava precisando e restaurou por completo o meu ser, me fez nova criatura, completo, sem buraco algum.

 Até agora estivemos falando do vestido novo, do evangelho de Jesus, ante o vestido velho, da velha criatura, ou seja daqueles que ainda não nasceram de novo. Porém, hoje em dia existem ensinamentos baseados na lei (velha aliança), que são postos em prática dentro do ensinamento da graça (nova aliança). Tem coisa mais absurda do que pegar um remendo de um vestido velho e colocá-lo em um vestido novo que está inteiro? Pois é isso que tentam fazer! Porém no novo testamento está escrito:
“Más agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em NOVIDADE DE ESPÍRITO, e não na velhice da letra.” (Rm 7:6).
Porque:
“A letra mata, e o Espírito vivifica.” (2º Cor 3:6).
Meu irmão, para que haja uma total transformação em sua vida é necessário que, primeiro você se torne uma nova criatura, independente de se ter anos e anos de freqüência de igreja ou de nunca ter entrado em uma. Ser nova criatura é uma necessidade para todo ser humano.
“O que é nascido da carne é carne (natural); e o que é nascido do Espírito é espírito (espiritual). Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo.”  (J0 3:6,7).
Depois de nascer de novo, agora sim é necessário que haja uma constante alimentação para que ao exemplo de Jesus possa crescer “em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2:52).
E o que devemos comer? Devemos nos alimentar da Palavra de Deus (meditando diariamente) e do Espírito Santo (orando em línguas), para que possamos a cada dia tomar posse de todas as promessas de Deus. Devemos vestir o vestido novo.
Temos observado muito claramente em nossos dias que a causa de as pessoas não obterem respostas de Deus é porque não se interessam em desenvolver uma vida espiritual, ou seja tem preguiça de buscar práticas espirituais.
Por exemplo, se uma pessoa está desempregada vai à igreja no domingo à noite e faz uma oração pedindo emprego. Na segunda-feira, acorda cedo e sai à procura de trabalho e não encontra nada. Volta pra casa e passa o resto do dia assistindo TV ou então reclamando da sua situação. Porém o que ele devia fazer é utilizar o tempo disponível para ler e meditar na Palavra, para orar, jejuar, adorar, orar em línguas para desenvolver a fé e confessar a palavra de forma que ele estaria colocando todo o seu problema diante de Deus, e Ele teria o total controle de sua vida e você não precisaria passar por nenhuma dificuldade.
É assim com emprego, é assim com a cura, é assim com qualquer outra necessidade que se venha a ter, mas é a nossa comodidade e falta de fé que não deixa Deus agir.
É muito fácil chegar-se para alguém e pedir pra que ore por nós, não precisamos fazer nada, a pessoa ora, utiliza a sua fé, resolve o nosso problema e na precisamos mudar nada. Isso é colocar um remendo novo, da palavra de Deus viva e eficaz, em uma velha natureza que não quer ser mudada.
Agora eu pergunto, não seria bem melhor usar o vestido novo na totalidade ao invés de rasgá-lo pra remendar algo que não presta mais?
Deus quer lhe dar algo novo, perfeito e completo. Deus quer lhe dar o melhor que Ele tem. A sua Palavra diz:
“Visto como, pelo seu divino poder nos têm sido DOADAS TODAS as coisas que conduzem a vida e a piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pêlos quais nos têm sido DOADAS as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.” (2º Pe 1:3,4).
Deus quer lhe dar muito mais do que simplesmente coisas terrenas, Deus quer que seja participante da mesma natureza que Ele tem, quer ser um com você, mas é necessário conhecer a Deus para poder usufruir TUDO aquilo que Ele tem a nos oferecer.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Você Conhece Deus?

Um detalhe importante
 
Essa pode ser uma pergunta um pouco estranha, pois se saísse pelas ruas perguntando quem conhece Deus, certamente, todos diriam: sim, eu conheço Deus. Mas a verdade é que as pessoas não O conhecem, não sabem quem Ele é. Talvez já tenham feito alguma oração a Ele numa hora de aflição, porem, verdadeiramente, as pessoas não conhecem Deus, não se relacionam com Ele.
Muitos dizem que vêem Deus na natureza, outros dizem que vêem Deus nas estrelas, e também muitos dizem que vêem Deus nas boas obras. Na verdade, todas estas pessoas têm apenas uma noção de quem Deus é, mas não há nenhum tipo de relacionamento com Ele e esta é a grande razão porque não entendem sua vontade.
Na Bíblia temos muitos exemplos de pessoas que pensavam que conheciam a Deus, entretanto não O conheciam. Dentre todos elas há um que, particularmente, chamou-me a atenção.
Moisés era um homem muito especial na sua geração, ele era o único de sua idade, pois todos os outros que nasceram na mesma época que ele foram mortos pelos egípcios assim que nasceram. Foi da vontade de Deus que Moisés vivesse e ainda mais, que fosse levado para ser criado pela filha de faraó. Enquanto todos os hebreus trabalhavam duramente como escravos para os egípcios, Moisés, criado aos cuidados da filha de Faraó, desfrutava de estudos, boa alimentação, boas vestes e tudo mais que se pode ter quando se é criado em um palácio. (Êxodo 1e 2).
O tempo passou e Moisés se tornou homem, sua história não lhe foi encoberta, pois ele foi amamentado pela própria mãe, que sabia desde o princípio que havia um plano especial para sua vida. Este, por sua vez, também entendia que havia um propósito especial em sua vida. Moisés sabia que haveria de ser o libertador do seu povo; cremos que Moisés deva ter estudado muito, deva ter se esforçado bastante para estar bem capacitado para cumprir o propósito de sua vida. Contudo, havia um detalhe importante que lhe faltava: Moisés escutou falar de Deus toda a sua vida, pois certamente sua mãe lhe havia passado toda a historia do seu povo, porém ele não O conhecia.
Vamos dar um breve passeio pela história de Moisés e aprender como se transformar de um intelectual que conhecia toda a ciência de sua época e se guiava pelas circunstâncias, em um homem que conheceu a Deus e aprendeu a ser direcionado por Ele.

Moisés, o egípcio

 
Já homem feito, com 40 anos, Moisés resolveu visitar seus irmãos e foi alí, então, que teve sua primeira reação como o libertador do povo, e, para livrar seu irmão hebreu que sofria maus tratos, ele matou um egípcio que o oprimia.
Se avaliarmos a questão por um lado político, veremos que, daquele incidente, poderia ter-se dado início uma revolta popular, que mais tarde se tornaria a emancipação dos hebreus, pois Moisés, como um membro da família real, matando um egípcio por causa de um hebreu escravo, iria se tornar um ícone da libertação do povo. Moisés sabia que não foi em vão que ele estava naquela posição; entendia que havia um propósito de Deus a seu respeito e que seus irmãos entenderiam isso, mas eles não entenderam, como disse Estevão em sua pregação:
“Hora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém não compreenderam”.
 (Atos 7:25).
No dia seguinte, passeando novamente entre o povo, viu Moisés dois hebreus brigando e quis apartá-los. Aos poucos, Moisés começava a interferir na vida dos hebreus para resolver seus problemas, tentava tornar-se um juiz do povo, porém neste dia um dos hebreus disse:
Respondeu ele: quem te constituiu a ti príncipe e juiz sobre nós? Pensas tu matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: certamente o negócio já foi descoberto”.
(Êxodo 2:14).
Como dissemos anteriormente, eles não viam Moisés como um libertador. Por quê? Porque não viram em Moisés a autoridade para libertá-los. E Moisés já tinha esta autoridade? Não! Porque ele ainda não conhecia Deus, não sabia ainda que a libertação do povo somente viria quando compreendesse que precisava conhecer o Deus de seus pais para poder ser guiado por Ele.
Todo esforço de Moisés foi “por água abaixo” quando faraó descobriu o acontecido e procurava mata-lo. Com medo, fugiu do Egito e foi para o deserto de Midiã. Toda a sua pretensão de libertação do povo ficou para trás; todo o conhecimento que possuía de nada lhe serviria, agora que estava no deserto, era fugitivo e tinha que se esconder.
Uma das reclamações mais comuns a respeito de Deus é quando se diz que as coisas de Deus são muito demoradas. “Deus se esqueceu de mim”, dizem alguns; outros, dizem que custa muito tempo esperar pela vontade de Deus. As pessoas que dizem isso demonstram claramente que não conhecem Deus, não entendem que Ele vê muito além do que nós vemos e procura nos guiar nos caminhos perfeitos para cumprir o seu propósito, que é sempre o melhor para nossas vidas. Ainda parecendo que o objetivo está ficando cada vez mais distante, ainda parecendo que as dificuldades vão aumentando cada vez mais, quando conhecemos, realmente, a Deus, sabemos que Ele sempre tem o total controle da situação, e, ao contrário do que dizem aqueles que confiam apenas no que vêem, os propósitos de Deus sempre se cumprem, e no tempo certo.
A libertação do povo estava agora mais distante do que antes. Aquilo para o qual Moisés havia se preparado a vida toda parecia que não ia mais acontecer. Estava ele, agora, sentado, ao lado de um poço, sem saber para onde ir nem o que fazer. Teria que ficar por ali e, se ainda tivesse a intenção de libertar seu povo, teria que esperar bastante até estar preparado para voltar e convencer o povo de que ele era o libertador. Ele deveria estar pensando: “eu tive chance de libertar meu povo e desperdicei. Neste instante, estou aqui, no deserto, longe, sem poder fazer nada e o povo continua escravo.
Mas, no segundo capítulo do livro de êxodo, algo nos chama a atenção:
“O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os tanques para dar de beber ao rebanho de seu pai.
Então vieram os pastores, e as expulsaram dali; Moisés, porém, levantou-se e as defendeu, e deu de beber ao rebanho delas.
Quando elas voltaram a Reuel, seu pai, este lhes perguntou: como é que hoje voltastes tão cedo?
Responderam elas: um egípcio nos livrou da mão dos pastores; e ainda tirou água para nós e deu de beber ao rebanho”.
(Êxodo 2:16 a 19).
O que há de interessante nesse texto? O egípcio a que elas se referem era Moisés, e este era o problema: Moisés se vestia como egípcio, falava como egípcio, pensava como egípcio, vivia como egípcio, pois fora criado assim; porém, desta forma, ele não servia para livrar o povo de Deus.
Em atos 7:22, Estevão afirma:
“E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras”.
Este Moisés, poderoso em palavras e em obras, havia tentado, a sua maneira egípcia, libertar o povo e tudo o que conseguiu foi sua sentença de morte. E é exatamente isto o que conseguimos quando confiamos em nós mesmos para resolver as coisas. Jeremias declara:
“Assim diz o Senhor: maldito o homem que confia no homem e faz da carne mortal seu braço e aparta o seu coração do Senhor”.  
(Jeremias 17:5).
Consideremos todo o conhecimento importante. Mas, no momento em que colocamos nossa confiança no conhecimento que temos, na nossa própria capacidade de resolver os problemas, quando achamos que somos auto-suficientes, aí nosso conhecimento nos serve de tropeço. O versículo de Jeremias nos deixa bem claro que o homem que confia em si mesmo se aparta de Deus, ou seja, é aquele homem que não conhece a Deus, daí a única pessoa de quem ele pode esperar alguma coisa é ele mesmo.
Uma das coisas mais importantes que nós temos na vida é a nossa oportunidade de escolha, o conhecido “livre-arbítrio”. Com ele podemos escolher se dependemos de nós mesmos ou se dependemos da vontade de Deus, sempre foi assim. Desde o momento em que Deus colocou Adão e Eva no jardim do éden, eles tiveram a oportunidade da escolha, e escolheram errado, mesmo quando Deus mostrava a escolha que deveriam tomar. Hoje, ainda é assim, o homem é o mesmo, a palavra de Deus é a mesma, pois é eterna, e a oportunidade da escolha ainda está diante de nós:
“Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta, o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.
(Gênesis 4:7).
Foi isso que Deus disse a Caim antes dele matar seu irmão Abel, pois poderia ter escolhido não matá-lo.
E o mesmo Moisés de que falamos, perto de morrer, disse ao povo:
“O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
 Amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; e para que habites na terra que o Senhor prometeu com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar”.
(Deuteronômio. 30:19,20).
Moisés primeiro escolheu libertar o povo por seu próprio braço e isso trouxe a sua sentença de morte, serviu-lhe de maldição. Agora ele não tinha mais escolhas, a não ser permanecer no deserto para fugir da ira do faraó.
Em quem você confia? “Há! Eu confio em Deus!” Esta resposta está pronta na cabeça de todo mundo. Questionamos: você conhece o Deus em quem você diz que confia? Você sabe afirmar se ele vai lhe dar livramento na hora que você precisar? Como você pode me garantir isto? Na verdade, as pessoas não confiam em Deus, pois não O conhecem, e dizem: vou levando a vida como Deus quer, se acontecer coisas boas, é sorte, se acontecer coisas ruins, é azar. E assim vão vivendo. Todavia, esta forma de viver está totalmente fora da vontade de Deus, ele tem planos, propósitos especiais para cada pessoa; ama individualmente, cada ser humano sobre a terra. Mas a grande maioria das pessoas não está interessada nos planos de Deus, não querem escolher Deus, preferem levar a vida por seus próprios meios; resolver os problemas por conta própria, da maneira que acham mais correta, e acabam adquirindo a própria sentença de morte.

Moisés, o medroso

 
De que você tem medo? Esta é uma pergunta muito comum, todos têm medo de alguma coisa, é o que dizem. Temos medo, principalmente, daquilo que não conhecemos. Este é um sentimento que é inerente ao ser humano, mostrando o quanto o homem é incapaz de lidar com situações que ele não tem o controle. Mas nem sempre foi assim, pois antes da queda do homem, antes do pecado de Adão, o medo não fazia parte da vida do homem. Porém, ao pecar e separar-se de Deus, Adão perdeu a sua comunhão com o Senhor, ele se viu só e teve medo.
“Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me”.
(Gênesis 3:10).
Como Adão havia perdido sua parte que o ligava a Deus, ele não conhecia mais o seu criador, não havia nada que os ligasse, e Adão, agora, podendo enxergar o mal, teve medo, sentia-se só, inseguro, sem ter onde depositar sua confiança.
Moisés em princípio era bastante confiante, contudo sua confiança baseava-se no seu conhecimento, na sua criação, naquilo que ele tinha aprendido; confiava que tinha condições suficientes para ser o libertador do povo israelita. Mas, como mostramos antes, a palavra de Deus deixa bem claro, para nós, qual o resultado do homem que confia em si mesmo.
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!”.
(Jeremias 17:5).
Assim, após as conseqüências da sua autoconfiança, Moisés foi para o deserto onde permaneceu por longos 40 anos.
Fico imaginando Moisés, sentado numa pedra debaixo de uma árvore, olhando o rebanho do seu sogro que calmamente pastava, e, enquanto aguardava o rebanho se alimentar, pensava naquilo que tinha deixado para trás, no sofrimento do seu povo, na educação que havia recebido. Pensava no egípcio que havia matado, em tudo aquilo que já havia passado; sua vida agora era outra, seus objetivos agora eram outros, e bem menos perigosos e complicados do que os objetivos que antes possuía. Com o passar dos anos, pouco a pouco, tudo aquilo que ele havia aprendido, no Egito, ia se apagando de sua memória e sendo substituído, apenas pelo cuidado diário com as ovelhas do seu sogro. E assim permaneceu durante os 40 anos de sua estada no deserto de Midiã.
Certo dia, andando um pouco mais além do caminho de costume, Moisés deparou se com uma situação inusitada. Havia uma sarça, um arbusto, uma planta, que mesmo em chamas, não se consumia, e ele aproximou-se para ver que mistério era este, e teve então seu primeiro contato com Deus.
“E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima.
E vendo o SENHOR que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui”.
(Êxodo 3:3,4).
Atraído por esse fenômeno, Moisés aproximou-se, porém sem saber do que se tratava, mas Deus conhecia muito bem com quem estava falando e chamou-o pelo nome. Todavia, Moisés não conhecia quem falava e por isso Deus se apresentou a ele:
“Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus”.
(Êxodo 3:6).
Temos aqui, então, claramente o primeiro sinal do medo que havia em Moisés quando ele encobriu o rosto, pois sabia quem era o Deus de seus pais, conhecia a história contada por sua mãe; sabia que o Deus de seus pais era o único Deus verdadeiro, porém, não conhecia esse Deus que agora estava diante dele, assim como Adão, ele também estava distante de Deus e teve medo.
Mas o medo de Moisés não parou por aí; mesmo após Deus ter se apresentado e ter exposto seus objetivos, foi difícil convencer Moisés a confiar Nele. Foram várias objeções que Moisés apresentou, para tentar fugir do objetivo que Deus estava direcionando.
“Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.
Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?
E disse: Certamente eu serei contigo”.
(Êxodo 3:10 a 12).
Com esta objeção, Moisés estava tentando dizer a Deus que agora era apenas um pastor de ovelhas, não tinha nenhuma característica de libertador. Se Deus tivesse lhe aparecido 40 anos antes quando ele era filho da filha de faraó, quando ele tinha o vigor da mocidade, quando ele estava intelectualmente preparado para liderar uma nação; se fosse nesta época ele estava pronto para ser o libertador, mas agora quem era Moisés senão um simples pastor de ovelhas, que não tinha mais contato nenhum com os líderes, que não estava envolvido com movimentos políticos, que a única liderança que exercia agora era em mandar as ovelhas pelo caminho. Mas era este Moisés que Deus queria: um Moisés que não confiava mais em si mesmo; um Moisés que não tinha mais o controle da vida nas próprias mãos; um Moisés que tinha aprendido a ser manso e paciente; um Moises que tinha aprendido a esperar que as ovelhas se alimentassem. Era este Moisés que estava agora preparado para conhecer a Deus e seguir suas ordens.
“Certamente eu serei contigo”. Disse Deus a Moisés, e isto parece-nos ser mais do que suficiente para enfrentar qualquer obstáculo, mas para Moisés não foi, pois, mesmo após Deus lhe dar a certeza de que seria com ele, ainda havia insegurança e medo em seu coração, por quê? Porque Moisés ainda não conhecia Deus o suficiente para saber que sempre cumpre aquilo que diz.
Este era apenas o primeiro contato de um relacionamento duradouro, Deus conhecia Moisés, porém ele precisava conhecer bem mais, a Deus.
Moisés tentava de toda maneira fazer Deus desistir de mandá-lo ao Egito. Ele não queria partir, não queria voltar para lá, estava tão bem ali, tinha esposa, tinha filhos, tinha ocupação estava sossegado, por que iria atrás de preocupação para sua vida? Por que iria atrás de libertar o povo que antes o havia rejeitado, recusando seus esforços para liderá-los?
“ENTÃO respondeu Moisés, e disse: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: o SENHOR não te apareceu”.
(Êxodo 4:1).
Em outras palavras, Moisés pergunta a Deus: e vão acredita a em mim assim do nada? E os anciãos vão acreditar em mim depois de 40 anos fugido, sem levar nada de concreto de que Tu realmente falaste comigo? E Deus mostrou-lhe os sinais que deveria fazer para que os anciãos vissem que Ele havia realmente falado com Moisés.
Mesmo depois que Moisés viu a vara transformar-se em cobra e viu sua mão ficar leprosa, ainda não foi o suficiente para convencê-lo a ir.
“Então disse Moisés ao SENHOR: Ah, meu Senhor! Eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua”.
(Êxodo 4:10).
Tal foi a transformação na vida de Moisés que esta afirmação mostra o quanto ele havia esquecido o que aprendera no Egito, pois, como mostramos, antes em atos está escrito:
 “e Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras”.
(Atos 7:22).
Porém esta desculpa foi logo rebatida por Deus. Mesmo vendo a sarça em chamas, mesmo escutando a voz de Deus no meio do fogo, Moisés ainda não percebia quem era o Deus que falava com ele; ainda não tinha a percepção de que as circunstâncias materiais não eram empecilhos para os projetos de Deus. O simples fato de não ter mais a eloqüência de antes, jamais poderia impedir que ele fosse falar ao povo:
“E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, 0 SENHOR?
Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar”.
(Êxodo 4:11 e 12).
Não tendo mais como argumentar, Moisés então usou o seu último artifício para que Deus desistisse do que havia lhe proposto:
“Ele, porém, disse: Ah, meu Senhor! Envia pela mão daquele a quem tu hás de enviar”.
(Êxodo 4:13).
Algumas traduções para esse texto dizem: "Envia qualquer um outro menos a mim". Mostrando, claramente, que Moisés não tinha a mínima intenção de voltar ao Egito. Ele não aceitava mais o fato de que havia sido separado para libertar o povo. Ele estava ocupado com seus afazeres, tinha as ovelhas para pastorear, filhos para criar, esposa para fazer companhia. Não precisava sair dali, não queria sair dali, não tinha nenhum interesse de ser o libertador do povo. Tinha medo de que acontecesse novamente o incidente anterior, que o povo o rejeitasse novamente, mesmo sabendo que todos aqueles que queriam matar-lhe já estavam mortos. Tinha medo de que ainda o condenassem pelo que havia feito anteriormente.
Era este Moisés que Deus queria, era com este Moisés, que não confiava em si mesmo, que Deus iria manifestar o seu poder no Egito, porque Deus jamais poderá estabelecer sua vontade na vida de um homem cheio de si mesmo.
Para vivermos a vontade de Deus, em nossas vidas, é necessário que estejamos totalmente despojados de todo conhecimento que venha trazer auto-suficiência. Este foi o pecado de Adão, ele queria, pela sugestão da serpente, ser como Deus, conhecer o bem e o mal, saber das coisas, ser independente e auto-suficiente. Neste pensamento consistiu a sua queda.
É natural termos medo daquilo que não conhecemos. Como vimos antes o medo faz parte da natureza humana. Contudo, quando conhecemos a Deus, quando o aceitamos como Senhor de nossas vidas, o Espírito Santo restaura, em nós, a mesma condição que havia em Adão antes do pecado; passamos novamente a ter um espírito, passamos novamente a ter comunhão com Deus; podemos conhecê-lo, ter comunhão com Ele; podemos escutar, em nosso íntimo, as palavras que nos diz e podemos ter a certeza de que é fiel em cumprir aquilo que disse, ainda que todas as circunstâncias provem o contrário.
São muitos os exemplos na Bíblia onde vemos pessoas que confiaram em Deus e tiveram o cumprimento daquilo que lhes havia prometido. Davi disse em um dos seus salmos:
“Em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?”.
(Salmo 56:11).
Davi era um homem que conhecia Deus, ele sabia do que estava falando, afinal de contas passou 40 anos esperando o cumprimento da promessa de que seria o rei de Israel. Não foram 40 anos tranqüilos como os de Moisés. Foram 40 anos de lutas, de fugas, pois Saul queria matá-lo, os filisteus também o queriam matar, vivia pelos campos fugindo de um e de outro, mas ele sabia o Deus que tinha e nada poderiam fazer contra ele se Deus assim não o permitisse.
Quando conhecemos a Deus, aprendemos com ele que, uma vez que depositamos nossas esperanças, confiança e planos na sua palavra, podemos dormir tranqüilamente, pois ele é fiel para realizar aquilo que determinou para nós. E, enquanto estivermos dormindo (descansando em sua palavra), Ele irá proteger e edificar nossas vidas como escreveu Salomão:
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem”.
(Salmos 127:1 e 2).
Um dos motivos que leva o homem a ter medo de conhecer Deus é achar que esse mesmo Deus vai mandar fazer algo que nós não queremos fazer. Muitas pessoas pensam: se eu passar a andar com Deus eu terei que seguir seus passos, e os passos de Deus nem sempre estão de acordo com os meus. É nestas horas que dizem: Senhor, pode mandar qualquer um outro, que eu não me importo, existem tantas pessoas bem capacitadas, que podem exercer essas tarefas com extrema facilidade, deixe-me quieto onde estou, pois estou bem aqui e quero continuar assim; aqui na posição onde estou vou te adorar de todo o meu coração.
Quando se quer ter um relacionamento com Deus, a primeira coisa que precisamos entender é que: "obedecer é melhor do que sacrificar". Como está escrito:
Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiro”.
(I Samuel 15:22).
 Deus não está interessado em pessoas que se derramem totalmente diante dele na adoração, mas que não estão nem um pouco interessadas em fazer aquilo que Ele quer. E você me pergunta: é possível que haja pessoas que queiram adorar a Deus, sem querer obedecê-lo? Sim, é possível. Houve antes, como Saul que queria adorá-lo somente para ser bem visto pelo povo. E ainda hoje, há aqueles que entram nas igrejas e dizem que servem a Deus, mas buscam somente os próprios interesses.
 Conhecer a Deus consiste em saber que a ainda que os seus caminhos nos façam andar por um vale de sombra e de morte, não temeremos mal algum, porque haverá sempre uma vara e um cajado nos guiando por todo caminho, e haveremos de habitar na casa do senhor por toda a eternidade. (Salmo 23).
 

Moisés e o mar

 
Após ter compreendido que Duro é recalcitrar contra os aguilhões” (atos 9:5), Moisés decidiu seguir pelo caminho que Deus havia estabelecido e voltou para o Egito, encontrou-se com Arão e explicou ao povo qual era o propósito de Deus em relação aos israelitas. Deus, por sua vez, mostrou-se fiel e manifestou-se maravilhosamente através das dez pragas no Egito, tirando o povo da terra de Gósem e levando-o para o deserto. Agora, as coisas eram bem diferentes, uma vez libertos, o povo seguia para o monte onde iria prestar culto ao Senhor e dali seguir para a terra prometida. Moisés, por sua vez, estava confiante, pois viu como, de forma maravilhosa, Deus havia visitado e libertado seu povo da opressão dos egípcios.
Deus, seguindo com seu plano de fazer-se conhecido, não somente por seu povo, mas também dos egípcios e de todos os outros povos, endureceu o coração de faraó para que se levantasse indo atrás do povo que fugia:
“Eu endurecerei o coração de Faraó, e ele os perseguirá; glorificar-me-ei em Faraó, e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim”.
(Êxodo 14:4).
Deus ordenou a Moisés que fosse de um lado para outro, no deserto, e parasse de fronte ao mar, para confundir o exército de faraó e o povo começou a reclamar:
“Quando Faraó se aproximou, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor:
e disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?
Não é isto o que te dissemos no Egito: deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto”.
(Êxodo 14:10 a 12).
Moisés, agora conhecendo a Deus, escutando suas instruções, sabia que Ele estava com total controle da situação; mas o povo não pensava assim. Eles estavam escravos e clamaram o Senhor; o Senhor os ouviu e providenciou uma libertação como nunca se houve em toda a história da humanidade; tinham condições suficientes para entender que Deus era poderoso para livrá-los daquele exército que marchava em sua direção, porém o medo os dominou pois viam somente a derrota.
Analisando a questão de uma forma natural, veremos que a situação era realmente crítica. Após 460 anos, morando na terra de Gósen, deixaram suas casas e partiram para o deserto, partida esta que aconteceu depois de muita relutância de faraó. Saíram da terra quase expulsos pelo pavor que acometeu aos egípcios depois da décima praga e ainda recolheram muita riqueza deles. Agora, tinham deserto dos lados esquerdo e direito, um mar a sua frente e atrás, seiscentos carros com cavaleiros egípcios que marchavam em sua direção. A morte era certa. Chegaram a Moisés e disseram: que besteira é essa que você fez? Nos tirou de um lugar onde já estávamos acostumados e nos trouxe para morrer no deserto. Será que não havia sepulcros suficientes no Egito para enterrar a todos nós, tinha que nos trazer para morrer no deserto? (e isto foi dito com bastante ironia, pois sabemos que os egípcios tinham uma grande preocupação com o sepultamento).
Moisés, por sua vez, tinha todos estes problemas: deserto, mar e exército, e ainda tinha o povo que o pressionava a tomar uma decisão. Nestas horas pensamos: de que vale toda preparação que se tem, quando se está em um “beco sem saída?” Todavia, agora Moisés conhecia a Deus e sabia que era poderoso para prover o livramento:
“Moisés, porém, disse ao povo: não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver;
O Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis”.
(Êxodo 14:13, 14).
O que esta situação representa para nós hoje? Muitas vezes lemos estas passagens bíblicas e as vemos muito distantes, assim como se tivéssemos assistindo um filme; achamos bonito como Deus atuou no deserto com os israelitas ou com Davi ou na vida dos apóstolos; e dizemos: é muito bonito, mas a realidade é dura, não temos Moisés para tocar nosso “mar de problemas” para que possa se abrir e passarmos salvos pelo meio.
Não precisamos de Moisés, pois hoje, se conhecermos a Deus, a mesma unção que havia em Moisés haverá em nós também. Tudo que temos de fazer é nos achegarmos a Deus e Ele se achegará a nós.
“Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós”.
(Tiago 4:8).
“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos...”
Ah! Meu irmão, eu também sei como é difícil, olhamos para os lados e tudo que vemos é deserto, a nossa frente o mar e detrás a morte; o tempo vai se esgotando, a pressão vai aumentando, aqueles que não conhecem a Deus, reclamando, pois a situação, aparentemente, vai chegando a proporções impossíveis de se resolver. E nós o que fazemos? Estamos quietos? Como estar calmo quando tudo parece perdido? Quando conhecemos a Deus sabemos que certamente Ele vai prover o livramento, pois Ele é fiel para cumprir com a sua palavra, como está escrito:
“Retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa”.
(Hebreus 10:23).
Agora perguntamos: o que seria o mar para você? Realmente não saberíamos dizer isso, pois os problemas se apresentam de maneira diferente a cada indivíduo. Mas, seja qual for a dificuldade, ela será mínima se conhecemos a Deus.
Certa vez, conversando com uma pessoa que passava por um grande problema financeiro, tentava lhe explicar como colocar toda sua dificuldade em Deus e descansar; contava-lhe como, por várias situações, eu depositei minha confiança em Deus e Ele foi fiel e me trouxe o livramento no tempo certo. Mas esta pessoa me rebatia dizendo: estes seus problemas são pequenos perto da dificuldade que eu me encontro; meus credores estão impacientes, até me ameaçaram de morte e eu não tenho de onde tirar dinheiro para quitar minhas dívidas; minha situação vai se afunilando cada vez mais e já pensei até em me matar. É, realmente era uma situação muito difícil para ele, mas as dificuldades passadas também por mim se apresentavam como um verdadeiro mar a minha frente.
Qual é o seu problema? Dinheiro? Um câncer? Aids? Desemprego? Ou apenas um desentendimento com alguém próximo que você não encontra uma forma de resolver? Talvez seja uma escolha em que você não saiba o caminho a seguir. Quando conhecemos a Deus descobrimos que estes problemas se apresentam da mesma forma para Ele, ou seja, são empecilhos que atrapalham a nossa comunhão com Ele e Deus quer se livrar deste problema tanto quanto nós; basta somente aprendermos a lançar sobre Ele:
“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.
(I Pedro 5:7).
Realmente é muito difícil estarmos parados quando tudo parece desabar, mas quando temos a Palavra de Deus, esta é a única coisa que podermos fazer. Talvez você me diga: mas irmão, eu leio e leio a Bíblia e não consigo encontrar a certeza de que o meu problema vai ser resolvido, faço minhas orações pedindo a Deus que me ajude e não vejo nada acontecer, já estou quase desistindo de confiar nele.
Aqueles que conhecem a Deus jamais desistem, pois quando O escutam, sua palavra gera uma certeza tão grande que sabem, ainda que tudo prove o contrário, que o que foi dito se cumprirá, ainda que todas as conseqüências do problema recaiam sobre eles. E mesmo se já estivessem mortos a quatro dias, como Lázaro, ele os restauraria, como está escrito:
“Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá;”
(João 11:25).
Como confiar nesta palavra e em todas as outras que nos falam do cuidado de Deus? Como ter uma fé tamanha a ponto de transportar os montes (Mateus 21:21)? Como fazer com que o mar se abra à nossa frente? É muito Simples, chegue-se para Deus, Ele está a sua espera e não pede nada em troca.
Deus não quer seu dinheiro, não quer sacrifícios de carneiros. Deus não quer louvores vazios, mecânicos, vãs repetições, não quer que gastes todo seu tempo em obras materiais, que utilizam muito esforço, mas não têm nenhum valor espiritual.
Quando conhecemos a Deus, podemos saber qual é a sua vontade, descobrimos que tudo que quer de nós é um coração voltado para Ele, sincero, livre de hipocrisia e falsidade, livre de interesses próprios. Tudo que Deus quer de nós é um coração contrito, humilde, que tenha o único propósito de servi-Lo e conhecê-Lo verdadeiramente. Podendo, assim, depositar toda nossa confiança e esperança Nele, pois somente assim alcançaremos a vida eterna que Ele mesmo tem para nós hoje.

domingo, 5 de junho de 2011

O que eu tenho


O que eu tenho

Certa noite eu estava em uma igreja e, ouvindo os avisos da semana me surpreendi quando o pastor disse: “Irmãos, tragam seus donativos para a igreja, pois a secretária me avisou que a dispensa está vazia, várias pessoas vieram nos procurar pedindo ajuda, mas não tínhamos nada a oferecer.”
            Estas palavras me levaram a refletir sobre o papel da igreja de Jesus em nossos dias. O que eu e você temos oferecido as pessoas que nos procuram pedindo ajuda? Constantemente estamos cercados de pessoas que pedem algo: nos ônibus, ruas, restaurantes, portas de igrejas, etc. Qual o nosso papel como cristãos? Qual é a forma de ajudar esta multidão faminta, que necessita de ajuda, seja ela de qualquer natureza. Qual é realmente a ajuda eficaz, que irá solucionar de uma vez por todas a necessidade deste povo carente?
            Pensando nisto, o Espírito Santo me levou a meditar sobre Pedro e João, á porta do templo chamada Formosa, quando subiam para a oração às três horas da tarde.
“Pedro e João subiam ao templo para oração da hora nona.
Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
Vendo ele Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola.
Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós.
Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma cousa.
Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que eu tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!
E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e a louvar a Deus.
Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado à porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera.” (At 3:1 a 10).

Vamos refletir sobre a vida destes homens, descobrir o que eles tinham a dar e receber, e tirar lições práticas para as nossas vidas.


PEDRO

           
           
Pedro foi alguém que recebeu muito de Jesus, porém, não tinha muito o hátibo de dar.
            Rude, de hábitos grosseiros, o pescador Galileu não era um tipo muito agradável. Sempre rebatia aquilo que Jesus dizia.
            Se Jesus dizia: “Lançai a rede”
Ele dizia: “Mas nós lançamos a noite toda e não pegamos nada”. (Lc 5:5)
            Se Jesus dizia: “Não temas, sou Eu”.
Ele dizia: “Se és tu mesmo Senhor, manda ir ter contigo”. (Mt 14:28)
            Um homem prático, porém adiantado, sempre com uma resposta na cabeça. Resposta esta que, muitas vezes, não coincidia com a vontade de Deus.
            Sempre querendo resolver as questões, com o coração disposto a ajudar no que fosse possível.
            No momento da transfiguração, a emoção era tanta que ele disse:
“Mestre, bom é estarmos aqui; então, façamos três tendas: uma  será tua, outra de Moises e outra, de Elias, não sabendo, porém, o que dizia”. (Lc 9:33).
Como sempre, no seu ímpeto de querer adiantar as coisas, confundia as coisas espirituais com as materiais, e complicava tudo.     
            Ele não é um exemplo raro em nossos dias. Nas igrejas do século XXI, o “ativismo” tem sido a forma que muitos tem usado para expressar o “serviço do reino”. São cultos, escola bíblica, visitas, palestras, círculos de oração, vigílias, cultos de mocidade, encontros, acampamentos, etc. Que, juntando  com o trabalho, escola, transporte, cursos. Só nos resta tempo para comer rápido e dormir um pouco. E Deus, onde fica nisto tudo?
            Talvez você diga: “Mas irmão, eu gasto o meu tempo no serviço do Senhor.” Paulo também achava isso, quando foi para Damasco perseguir os cristãos. No entanto, Deus mostrou o que realmente queria que ele fizesse.
            Ou talvez você me pergunte: Irmão, você esta querendo dizer que devemos deixar de ir a igreja? A resposta é não! Porém, devemos avaliar o que vamos fazer quando vamos á igreja. Qual o propósito  que nos move, qual o objetivo que queremos alcançar, será que estamos sendo edificados com estas práticas da igreja de hoje?
            Analisemos o que disse Paulo com relação a isto:
“Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este trás revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação . Seja tudo feito para edificação.” (1 Cor 14:26).
Se você for daqueles que acha que estas coisas são para as pessoas que estão à frente, os lideres, pastores, aqueles que receberam uma “unção ministerial”, você está muito enganado, pois o Deus que nós servimos, o nosso Pai celestial, não tem filhos prediletos, não faz diferença de “A” ou “B”, não tem “unção especial” sobre ninguém, todos são rigorosamente iguais. Então você não leu o texto que diz:
Deus não faz acepção de pessoas.” (At 10:34).
Ou então:
“Vós possuís a unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. (1ª Jo 2:20).       
Agora, se você não tem o conhecimento, não possui a unção, e acha que não tem nada a oferecer, o seu caso é muito serio, pois terá que reavaliar todos seus conceitos sobre Deus, para então poder saber o que Ele tem a lhe dar, e o que você passará a ter para oferecer aos outros.
            Após o paralítico olhar para Pedro, ele disse:
“Não possuo nem prata,  nem ouro, mas o que tenho...”
Quando Pedro disse isto, ele e João sabiam exatamente o que tinham, não precisava ninguém lhe  dizer, estava impresso nos seus corações. Pedro não pensou nos barcos que deixou ancorados no mar da Galiléia, ou nas ofertas que os irmãos tinham dado a ele, ou em qualquer outra coisa que possuísse, sabia exatamente o que tinha.
            Um exemplo claro da personalidade de Pedro se mostra na ultima ceia, quando Jesus disse:
“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo.
Eu, porém, roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; tu pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos”. (Lc 22:31,32).
Quando Jesus proferiu estas palavras sabia qual a conversão pela qual Pedro teria que passar. Jesus sabia o que Pedro teria que adquirir para poder fortalecer os outros. Mas Pedro, logo a seguir, mostra mais uma vez a sua personalidade quando diz:
“Ele, (Pedro) porém, respondeu:
Senhor; estou pronto para ir contigo, tanto para a prisão, como para a morte “. (Lc 22:33).
            Palavra de quem não sabia o que possuía, pois, só bastou cair à noite para que o mesmo corajoso e empolgado Pedro, negasse a Jesus.
            Olha irmão, muita empolgação, muita “conversa fiada”, muita coisa que fizemos não valem nada, se não tivermos o nosso coração pronto, convertido, transformado, um coração realmente nascido de novo, fluindo, transbordando de coisas espirituais.
            O texto de 1ª  Timóteo 4:7,8 e 9 na versão da bíblia na linguagem de hoje, exepressa com clareza o que queremos mostrar.
“Mas fujas das lendas pagãs e tolas, para progredir na vida cristã, faça sempre exercícios espirituais. O exercício físico na verdade tem algum valor, mas o exercício espiritual tem valor para tudo porque o seu resultado é a vida, tanto agora como no futuro. Esse ensinamento é verdadeiro e deve ser crido e aceito de todo o coração. É por isso que lutamos e trabalhamos muito, pois temos posto a nossa esperança no Deus vivo que é o Senhor de todos, especialmente dos que crêem”.
Precisamos deixar bem claro o que é atividade espiritual e o que é atividade física. Uma atividade física leva tempo, esforço, ou dedicação, porém, o seu fruto é terreno, o máximo que se consegue é realizar uma boa ação, um alívio de consciência (alma), foi pouco o proveito. São aquelas atividades que são meramente religiosas, só por não ter o que fazer, utilizar o tempo livre, ou então por obrigação.
O indivíduo se sente obrigado a realizar atividades religiosas com medo do inferno; ou uma obrigação social; ou porque os seus pais lhe ensinaram que deveria fazer assim, etc.
A atividade espiritual, para tudo é proveitosa, ela faz crescer espiritualmente. O que estamos falando aqui não é dos cultos ou reuniões nas igrejas, pois lá, como já vimos, oferecemos algo, desde que tenhamos algo.
Estamos falando de atividades tais como: oração no Espírito Santo (línguas), meditação na palavra, jejuns, adoração a Deus, uma busca por um crescimento, desenvolvimento espiritual, atividades que são baseadas na fé e não na religiosidade. Precisamos possuir algo para poder dar as pessoas. O mensageiro que leva as boas novas, ele tem que possuir a esperada notícia, pois, se assim não for, que sentido terá o seu trabalho? De que serviria um mensageiro sem uma mensagem? Como poderemos dar algo, se não há nada em nós para ser dado.
            Ao se deparar com o coxo, Pedro sabia o que ele possuía, sabia qual era o propósito de Deus para a sua vida. Em sua conversa com Jesus após a ressurreição, podemos ver claramente que houve uma mudança em sua vida. Jesus fez a mesma pergunta três vezes, e nas respostas de Pedro podemos ver que ele já estava começando e entender o que realmente Deus queria que ele possuísse. Nas três vezes que Jesus perguntou se o amava, ele pode analisar o seu coração e tudo o que aprendeu, pois, a terceira resposta mostra que o seu ímpeto já não existia, e sim, o ímpeto do Espírito Santo movendo um coração transformado:
“Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo”.(Jo 21:17).
Ele sabia o que Jesus queria, repetindo a mesma pergunta três vezes, queria que ele expressasse o que agora, estava no seu coração, que era uma dependência total de Deus, para guiar suas ações e resolver seus problemas, como vemos em tantas ocasiões em que se levantou e mostrou com ousadia aquilo que possuía.
                               
 

JOÃO



            Falar sobre o que João possuía, de primeira, nos leva a pensar naquele apóstolo que escreveu quarto evangelho, conhecido como o evangelho do amor.
            O “discípulo amado”, como era conhecido, ou “aquele a quem Jesus amava”, demonstra que havia um interesse particular de Jesus em ensinar certas coisas a João. Vemos logo no seu chamamento quando Jesus os denomina, ele e seu irmão Tiago, de “filhos do trovão”, que possuíam uma característica enérgica, que é demonstrada pelo rigor vingativo com que queriam tratar os samaritanos que não queriam hospedar Jesus:
“Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?
Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espíritos sois? Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia “. (Lc 9:54 a 56).
Quanta energia desperdiçada, tanta fé em algo que não era a vontade de Deus. Perda de tempo.
Em nossos dias não é diferente, as igrejas esbanjam energia (esforço) em coisas que não levam a lugar algum. São batalhas após batalhas, principado daqui principado dali, e o povo continua na mesma situação de vida, não há crescimento espiritual, não há uma busca pelas práticas verdadeiramente espirituais, e sim, uma guerra sem fim baseado em textos bíblicos mal interpretados e em conhecimentos adquiridos em horas de diálogos com pessoas possessas, formando assim doutrinas mais baseadas no que os demônios dizem, do que na revelação do Espírito Santo, através da meditação na Palavra. Cristo não nos chamou para a batalha, Ele nos chamou para sermos servos, para sermos filhos, nos chamou das trevas à sua maravilhosa luz, como está escrito:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.“. (1ª Pe 2:9).
A fim de proclamardes as virtudes, este é o objetivo, este é o chamamento, este é o evangelho, as boas novas, e se alguém pregar outro evangelho seja maldito (conforme Gl 1:8 e 9). Mas é exatamente isto que vemos em nossos dias, as pessoas gastando horas e horas com práticas de batalhas e ensinamentos que não estão de acordo com a verdade de Deus. Por exemplo: Tomam a armadura de Deus como sendo uma vestimenta física ou amuleto e fazem dela a sua “defesa pessoal”.
Vejamos o texto da carta aos efésios quando diz:
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças do mal, nas regiões celestes.”. (Ef 6:12).
O texto não diz que eles lutam nas regiões celestes, mas que eles estão nas regiões celestes. Mas você me pergunta: Irmão, não há uma guerra? Há sim, mas a guerra de que fala a Bíblia está escrito em Gálatas 5:17:
"Porque a carne milita contra o espírito, e o Espírito contra a carne", porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer“. (Gl 5:17).
Meu irmão, não queira invalidar a vitória de Jesus na cruz procurando brigas com demônios nas regiões celestiais, isto, Cristo já fez. A batalha que você precisa vencer é a batalha da verdade da palavra no seu espírito contra a mentira do diabo na sua vida, e para isto, você precisará da verdade, da justiça, da pregação do evangelho, da fé, da salvação, da palavra de Deus. Agora quer saber como se consegue isto?
“Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto, vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
(Ef 6:18).
Se João possuísse isto, não iria querer fazer a batalha com os samaritanos.
Mas ainda bem que Jesus estava ao seu lado para impedi-lo a tempo e lhe ensinar de que espírito nós somos.
O coração de João era tão intolerante, que não permite que outro homem expelisse demônios em nome de Jesus, só porque não andava com eles. Mas Jesus lhe disse:
“Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagres em meu nome e logo a seguir fale mal de mim.
Pois quem não é contra nós, é por nós’’.
 (Mc 9:39 e 40).
Outro fato importante na vida de João, é que, ele queria possuir alguma coisa. Vejamos o que era:
“Então chegou-se a Ele a mulher de Zebebeu com seus filhos, e adorando-o, pediu-lhe um favor.
Perguntou-lhe Ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu Reino, estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda”. (Mt 20:20 e 21).
Algo que sempre rondava as idéias de todos, naqueles dias, era a idéia de Jesus como um rei político, aquele que restauraria o reino a Israel. Até mesmo após a ressurreição esta dúvida ainda existia em algumas pessoas.(At 1:6). Portanto, no momento em que seguiam para Jerusalém (Mt 20:17), próximo a festa da páscoa, e após Jesus ter dito aos doze que iria ser entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, mas que no terceiro dia ressuscitaria (Mt 20:18, 19), este era sem dúvida, o momento para um pedido especial. Chegando-se, prostrando-se e adorando, fizeram tudo “conforme manda o figurino”, exceto quanto ao pedido que foi um tanto quanto ambicioso demais. Quando se vive na dependência da alma e não do Espírito, nossas idéias ficam limitadas ao mundo físico, à matéria, aquilo que se vê, se ouve ou se sente, ou seja, as circunstancias. Não foi diferente com Tiago e João, eles queriam uma posição neste reino que estava por vir e tentaram dar um jeito de conseguir. 
Estamos nos dias em que o “movimento evangélico” ou “movimento gospel”, atinge grandes proporções e sempre tem alguém querendo tirar vantagem disto, ter uma posição de destaque e o resultado é o mesmo que aconteceu com os discípulos:
“Ora, ouvindo isto ao dez, indignaram-se contra os irmãos”. (Mt 20:24).
Uma reação óbvia acontece, quando o que se quer ter é o poder (domínio), sempre gera contendas, indignação, ódio, mortes, ou seja, frutos da carne.
Hoje há uma grande disputa entre as denominações, por mais que se diga que pregamos o amor de Jesus, somos um corpo em Cristo, temos a mesma unção, a verdade é que não há uma unidade, nem união há, pois quando se reúnem para fazer algum evento, a primeira pergunta que fazem é: “E as pessoas que se converterem, para que igreja elas vão?” E a partir daí surgem às discussões de gabinetes e cada um volta para “a sua igreja”.
Um exemplo bem claro é quando há política em jogo. As igrejas de grande porte lançam seus candidatos e correm atrás das pequenas igrejas para dar apoio e quando as eleições passam, botam novamente para fora as suas diferenças.
Com João não foi diferente, ele, junto com seu irmão Tiago, queriam ser assessor direto de Jesus, nem que para isto, tivessem que passar por cima dos outros dez. Foi então quando Jesus interveio, ensinando-lhes algo que foi muito importante durante o processo de crescimento da igreja:
“Então Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrario, quem quiser ser o primeiro Entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; Tal como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para Servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. (Mt 20:25 a 28).
Aqui, Jesus ensinou algo que realmente nós devemos ter; o desejo de ser servo acima de qualquer atitude que os outros tenham para conosco. Jesus sabe como é o governo dos povos, mas não é assim entre nós. Isto foi algo que João aprendeu, a ser servo. O fato de Pedro ter dito as palavras ao coxo, não o fez maior do que João, eles eram absolutamente iguais, o mesmo corpo (de Cristo), a mesma unção, a mesma mensagem vinda de corações transformados. Por isso, tinham algo para oferecer, que não era ouro nem prata, mas nós sabemos muito bem o que era.


 O COXO

           

Os coxos sempre apareceram na Bíblia, com mais freqüência no novo testamento, onde geralmente eram curados por Jesus (Lc 7:22). Este coxo, por sua vez, estava diariamente (At 3:2) à porta do templo chamada formosa, que era a principal entrada das pessoas, para pedir esmolas. Não era algo incomum para ele, pois diariamente, por mais de quarenta anos (At 4:22), esteve ali, implorando que lhe dessem uma esmola, e algo fica muito claro para nós, precisava muito de ajuda, pois o texto diz que ele não apenas pedia, mais implorava por uma esmola.
“Vendo ele a Pedro e João que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola”. (At 3:3).
Era um pobre coitado, jogado a mercê da caridade de todos os que por ali passavam, mais de quarenta anos de sofrimento, de desprezo, de necessidades, a ponto de nem mesmo poder se conduzir, pois era levado pelos outros a estar ali (At 3:2), e só ficava à parte, pois os deficientes não podiam entrar no templo (2ªSm 5:8).
Que esperança havia para um homem como este? Como planejava terminar seus dias? O que poderia fazer, além de esperar a morte?
Mas “ele os olhava atentamente esperando receber alguma coisa”. (At 3:5).
Ele sabia que havia algo para ele com aqueles dois homens, talvez não esperasse que fosse tanto quanto recebeu.
O mundo olha para nós (igreja) atentamente. Agora me responda como toda a sinceridade: o que ele tem visto? Seria muito difícil para muitas pessoas hoje dizer como Pedro: “Não possuo nem ouro nem prata”. Pois na verdade estão indo às igrejas por causa do dinheiro. Eles dizem: “Eu dou dez por cento e recebo quatro vezes mais”. É melhor do que investir na bolsa de valores ou depositar no banco. Não sou contra o homem dar ofertas, nem quanto a possuir bens, mas a palavra deixa bem claro quando diz:
“Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmo se atormentaram com muitas dores”. (1ª Tm 6:10).
Há muita coisa a ser feita em relação aos necessitados, assim como há muita coisa a fazer em relação às nossas necessidades e eu sei também que dinheiro não brota em árvores e nem cai do céu. Nós precisamos utilizar o dinheiro no nosso dia a dia, porém a nossa confiança não deve estar na instabilidade das riquezas (1ª Tm 6:17) e nem devemos andar ansiosos por adquiri-la. (Mt 6:25 a 34).
Mas uma coisa ainda continua, o mundo espera receber algo, sejam ricos, ou pobres, sejam sãos, ou doentes, todos tem os olhos fixos na igreja (eu e você) esperando receber alguma coisa, e o que  nós temos a oferecer? Uma cesta básica a cada final de semana? Uma cura de enfermidade? O dom de adquirir riquezas? Uma música alegre, para se descarregar do “stress” do dia-a-dia? Com toda a sinceridade do meu coração, se queremos conquistar as pessoas com coisas paliativas, o diabo estará sempre a nossa frente, pois ele é mestre em oferecer aquilo que não pode dar, e assim tem enganado a muitos.
Podemos observar que, o que Pedro e João deram a ele foi muito mais do que simplesmente uma cura física. Como já vimos (em 2ªSm 5:8), ele não podia entrar no templo, por mais de quarenta anos, simplesmente sentado à porta principal (Formosa) do templo, mais de quarenta anos vendo as pessoas entrarem e saírem após a adoração, mas não podia entrar no templo, não podia nem chegar lá, pois sempre era carregado pelos outros. Mas após a cura, após a modificação, após a restauração, o texto é bastante claro quando diz:
“e de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou no templo, com eles, saltando e louvando a Deus”. (At 3:8).
E o que isto significa? Significa que, antes ele estava privado da presença de Deus, estava morto espiritualmente. Porém, agora, podia entrar no templo, podia adorar a Deus, agora tinha livre acesso ao Pai, recebeu algo bem maior do que a cura física, ele recebeu a oportunidade de ser filho de Deus, e como tal recebia também as promessas contidas nesta posição, e nada mais lhe seria impossível, pois “Tudo é possível ao que crer”. (Mc 9:20).
Será que você quer mais motivos do que este para sair saltando e louvando a Deus no meio do povo? O fato de ser nova criatura é algo espetacular, se você tem consciência do que é ser Filho de Deus, se tomar posse (crer) de todas as promessas que Jesus adquiriu, para nós, na cruz, através da sua ressurreição, todas estas coisas (cura, vida abundante, alegria, paz) serão uma conseqüência da sua vida em Deus. Novamente eu pergunto a você: Nós temos isto? Temos a nova vida em Deus? Temos as promessas de Jesus? Se temos, porque não vemos manifestações do poder de Deus, como esta ou como tantas outras que vemos na Bíblia? É preciso analisar o nosso coração para sabermos se aquilo que pregamos é algo que realmente possuímos. Não podemos pregar vida abundante, quando a própria vida é uma vida de derrota e frustração. Não podemos viver uma vida meramente religiosa, onde a rotina vazia e sem nexo preenche apenas o horário destinado para ir ao culto. Não podemos dizer que amamos ao Senhor, quando a nossa ida à igreja é simplesmente para satisfazer o nosso egoísmo e querer que Deus nos dê tudo, em troca de algumas músicas cantadas e dez por cento do nosso salário.
É preciso conhecer bem a Palavra, para que ela possa separar o que é alma, do que é Espírito (Hb 4:12), e assim podermos julgar se as nossas palavras condizem com os nossos atos.
                       


OLHA PARA NÓS


Pedro fitando-o, juntamente com João, disse: olha para nós”.(At 3:4).
Pedro e João subiam tranqüilos as escadas de entrada do templo quando de repente são abordados por um mendigo que lhe pediu uma esmola. O texto anterior diz que o coxo viu a Pedro e João: “Vendo ele a Pedro e a João”...(At 3:3). Porém Pedro lhe disse: “olha para nós”. Pedro queria chamar-lhe a atenção para algo, e ele “os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa”. (At 3:5).
Uma das coisas mais fáceis em nossos dias é fazer com que as pessoas olhem para nós, é só fazer alguma coisa que chame a atenção que logo a mídia está em cima do fato, transmitindo os acontecimentos. Porém, com a mesma rapidez com que são vistos, são esquecidos, e volta tudo a ser como era antes. Acontece assim com qualquer coisa; uma música, um filme, um acidente em grandes proporções, etc. É só aparecer outra novidade que estão todos mudando os olhos novamente. E tem sido assim com igreja, porém, eles (o mundo) não estão interessados em mostrar nada que edifique, pois estão no mundo e o mundo jaz no maligno (1ª Jo 5:19). E é só descobrirem um escândalo na igreja e lá estamos nós  na televisão em cadeia nacional.
Então você me pergunta: E nós devemos esconder nossas falhas? Não! Não devemos ser mentirosos e muitos menos hipócritas a ponto de dizermos que não temos falhas. Porém, Pedro disse: “olha para nós”. Ele queria mostrar algo que não era meramente uma esmola, era algo que mudaria a vida daquele homem. Pedro precisava chamar-lhe a atenção para algo que tinha recebido de Jesus, e agora estava pronto a repartir com aquele homem. Após a manifestação do poder de Deus, vimos que não era mais necessário chamar a atenção de ninguém:
“Quando todo o povo o viu andar e louvar a Deus...
Ficaram cheios de admiração e assombro por isso que acontecera”. (At 3:9 e 10).
A atenção de todos estava voltada para uma novidade, que não era um escândalo. E deu espaço para Pedro proclamar a mensagem de Deus, levando muitos ao arrependimento:
“Muitos porém, dos que ouviram a palavra, creram, e chegou o número desses a quase cinco mil”.(At 4:4).
E isto não foi tudo. Pois após terem sido presos deram mais uma vez o testemunho da obra redentora de Jesus e os sacerdotes ouviram a palavra, ficaram irados, mas não puderam fazer nada:
“Mas vendo eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário”.(At 4:14).
Eles ainda os ameaçavam, mas Pedro porém lhes disse:
“Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”.(At 4:20).
Não é maravilhoso saber que quando andamos segundo aquilo que Deus nos diz, quando realmente obedecemos de coração, quando nos dispomos a realizar as suas obras, os nossos inimigos ainda que queiram nos matar, nada podem fazer contra nós. Portanto:
“Devemos fazer as obras daquele que me enviou enquanto é dia. à noite vem, quando ninguém pode trabalhar”.(Jo 9:4).



ISSO TE DOU

                       

Pedro porém lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou”. (At 3:6).
Uma vez que Pedro chamou a atenção do homem, agora era o momento de transmitir-lhe a mensagem. Pedro mostrou-lhe qual era o propósito de ter chamado a atenção do coxo. O propósito seria para dar algo ao coxo, e ele foi bastante direto em seus objetivos, sem rodeios, sem demora, sem burocracia, foi mostrando ao coxo o que ele tinha a oferecer, e como vimos,o coxo aceitou o que tinham lhe oferecido. Em um mundo onde o egoísmo, a ganância, a inveja predominam, onde um homem só é reconhecido pelo fato de possuir algum bem, onde o desejo de ter predomina nos corações dos homens, é muito difícil estar disposto a dar em favor dos outros, principalmente se forem pessoas desconhecidas, com quem não possuímos qualquer relação ou compromisso. Porém, a palavra de Deus é muito, muito, muito clara em relação ao dar. São muitos exemplos onde há a demonstração do coração de Deus, e de como Ele deseja que o coração do homem seja.
Em João 3:16 vemos muito claramente que Deus deu o seu Filho:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito...”. (Jo 3:16).
Deus deu o seu único filho, unigênito, ou seja, Deus abriu mão daquilo que possuía de melhor, por um único motivo, o amor aos homens. Amar de uma forma como esta, só Deus poderia faze-lo.
E não é só isto, pois o próprio Jesus disse:
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a  vida  pelas ovelhas”. (Jo 10:11).
Não é só o fato de Deus ter dado Jesus, é também o fato de próprio Jesus ter se dado por nós. Acompanhando o amor de Deus, acompanhando a atitude de Deus, acompanhando o coração de Deus, Jesus seguiu naquilo que Deus tinha planejado até o fim:
“Pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumido a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.(Fl 2:6,7,8).
E Jesus ainda disse:
“Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou.
Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la e este mandato recebi de meu Pai”.
(Jo 10:17,18).
E quanto a nós? Falamos do coração de Deus, do coração de Jesus, e quanto ao nosso coração? Provérbio 4:23 diz:
“Sobre tudo (de todas as coisas) que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes (saídas) da vida”.
Mas talvez você diga: “Eu tenho um bom coração, eu procuro na minha vida fazer tudo direito, não mato, não roubo, e nem cobiço a mulher de ninguém. Talvez aos seus olhos você seja uma pessoa justa, correta, como Davi, o homem segundo o coração de Deus”.
Mas como Deus vê o coração do homem?
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos;e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”. (Jr 17:9,10).
E agora, o que fazer? Ao analisarmos nosso coração, nos deparamos com um coração enganoso, pecaminoso, desesperadamente corrupto. Nossos desejos só levam ao pecado, nossas ações só levam a morte. Como reverter este quadro? Como mudar algo que está tão enraizado em nosso ser, algo que é tão intimo, tão nosso, tão secreto, algo que às vazes tentamos esconder de nós mesmos e principalmente, tentamos esconder de Deus?
Mas Deus diz:
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrario, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”. (Hb 4:12,13).
Aí está o segredo revelado aos nossos olhos, uma vez que nos entregamos à palavra de Deus, estudando, meditando dia após dia, a própria palavra vai separar, em nossas vidas, aquilo que é carne, o que é alma e o que é espírito, e a própria palavra nos mostrará o que realmente temos em nosso coração, e nos ensinará como agirmos corretamente, nos fazendo mais que vencedores em todas as coisas. Uma vez transformados, podemos chegar a dizer como Pedro: “isso te dou”, e termos a certeza de que Deus suprirá todos as nossas necessidades, nos fazendo viver em abundância e nos fazendo transmitir aquilo que temos para todos que estiverem ao nosso redor.






ANDA!
     

Pedro porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: Em nome de Jesus, o Nazareno, anda!”.(At 3:6).
Tudo é um processo. A principio chama-lhe a atenção quanto a algo que se quer mostrar, desperta a curiosidade, conquista a atenção, e logo após relata a que deseja, passa a mensagem, mostra qual o desejo de Deus em relação à necessidade dele, e então vai à prática a realização do feito em si, aquilo pelo qual foi enviado. À parte de chamar a atenção é muito fácil, as pessoas sempre estão dispostas a ver algo novo, é só ter algumas pessoas concentradas em algum lugar, que logo junta uma multidão, ninguém quer ficar por fora das notícias. Em seguida vem a mensagem. Esta parte já não é tão fácil, pois requer conhecimento. Um princípio para se levar uma mensagem, é ter uma mensagem, e tem que ser algo que interesse aos ouvintes, do contrário, eles irão embora. Neste ponto, muitos têm estudado, pesquisado, questionado, para poder ter sempre uma mensagem nova, que chame a atenção dos ouvintes, e em alguns casos, como sabemos, não precisa nem ser verdade, basta só que chame a atenção, e neste caminho muitos têm caído.
Porém, o nosso assunto agora é sobre a terceira parte, a prática, algo que realmente poucos tem atingido, poucos tem obtido a prática das verdades de Deus em suas vidas. Você acha que estamos exagerando? Então vejamos alguns exemplos em nossos dias, dentro das nossas igrejas.
Certo dia fui visitar uma determinada igreja, onde me chamou a atenção uma frase que estava escrita bem na frente  da porta de entrada: “Uma obra de fé, na unção do Espírito Santo”. Entrei, e após alguns cânticos, iniciou-se o estudo, o assunto era: “O batismo no Espírito Santo”. Após algumas explicações e análises teologicamente corretas, após a afirmação da “nossa crença pentecostal”, perguntou-se ao grupo quantas pessoas já haviam sido batizadas no Espírito Santo. Grande foi a minha surpresa ao perceber que, de todo o grupo só havia outra pessoa e eu batizados no Espírito Santo. O próprio pastor da igreja relatou que há mais de quinze anos orava ao Senhor para receber tal benção. Isto é um absurdo! Pensei comigo. Reli a frase que estava na entrada da igreja, analisei todos os pontos explicados pelo pastor, reavaliei os pontos que prega a “fé pentecostal”, e tudo estava correto, no entanto na hora da realização, da prática, havia uma falha enorme.
Ele não é um exemplo isolado, temos muitos exemplos em nossos dias. Pregamos a cura divina, sabemos tudo sobre o fato de Jesus ter levado na cruz as nossas enfermidades, conhecemos cada versículo que fala sobre cura, e, no entanto, estamos constantemente enfermos, não estou falando somente de uma doença isolada em determinada época da nossa vida, estou falando de pessoas que vivem constantemente doentes. Vejamos um exemplo. Se aparece um determinado pregador na igreja, e faz orações pela cura divina, pela restauração física, vai uma multidão à frente para receber a oração. Oram, são ungidos e voltam para os seus lugares. Após certo tempo, o mesmo pregador volta, faz um outro sermão, e na hora da oração, qual não é a nossa surpresa que, a mesma multidão se levanta e vai à frente para receber a mesma oração, e é assim mês após mês, ano após ano. É a mesma coisa com a prosperidade, empresários que oram pedindo bênçãos de Deus, e no entanto agem ilegalmente para com os impostos e são desumanos para com os funcionários. E funcionários que oram pedindo aumento de salário, e quando o recebem oram pedindo aumento novamente porque aquele não dá mais. Culpam o governo, culpam a inflação, culpam a empresa, mas na verdade a culpa é deles que tem a promessa de Deus e não usufrui dela por não andar conforme Deus diz. A prosperidade não está no fato de possuir bens ou ter um aumento de salário, mas sim, quando vemos o cuidado de Deus nos suprindo mesmo quando nossas receitas estão abaixo das nossas despesas. São em situações como estas que me vem á mente as palavras de Jesus aos discípulos, quando disse:
“Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?” (Mt 17:17).
Fica bem claro para nós que Jesus não teria chamado os discípulos de incrédulos se eles não tivessem condições de expelir o demônio, Jesus os chamou de incrédulos porque já possuíam o entendimento quanto à libertação dos oprimidos do diabo.
“Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para curar toda sorte de doenças e enfermidade”. (Mt 10:1).
Talvez você não tenha observado que quando Jesus deu a eles autoridade, isto foi no capitulo 10 de Mateus, e quando Jesus lhe chamou de incrédulos, foi no capitulo 17 de Mateus, logo, já sabiam o que deveriam fazer. A mesma coisa acontece em nossos dias, Jesus nos deu a total garantia de suas promessas, nos enviou o Espírito Santo para que não ficássemos órfãos, nos deu a palavra para nos orientar, e no entanto pegamos tudo e fazemos uma grande confusão, criando várias divisões de um mesmo corpo, e confundindo a cabeça de qualquer pessoa que queria entender como a igreja funciona. Porque na verdade cada um só tem pensado em beneficio próprio, só tem procurado edificar um reino que, mais parece seu do que de Deus.
Mas, e as orações que fazemos? E os jejuns? E os cultos de louvor? Nada disso funciona? Depende, é lógico, de onde surge este culto! Vejamos o que diz o profeta Isaías a respeito do assunto:
“Mesmo neste estado ainda me procuram dia a dia, tem prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça, e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, tem prazer em se chegar a Deus, dizendo: Porque jejuamos nós, e Tu não atentas para isto? Porque afligimos as nossas almas, e Tu não levas em contas? Eis que no dia em que jejuais cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas, e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje não se fará ouvir a nossa voz no alto”. (Is 58:2,3,4).
Fica bem claro para nós que Deus não atentará para um coração que só pensa em si mesmo, em seus deleites e prazeres, deste jeito não se fará ouvir á vossa voz no alto.
E quanto aos louvores que eles proferem, que se diria deles?
“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me louvam, mas o seu coração está longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que máquinalmente aprenderam”. (Is 29:13).
Eu, particularmente neste texto, gosto da palavra “máquinalmente”. Uma máquina funciona perfeitamente. Se observarmos as linhas de produção das grandes montadoras de automóveis, elas funcionam muito bem, e produzem bastante, e com uma rapidez incrível.Um computador por mais que  possua capacidade ilimitada de armazenamento de memória, sempre será uma máquina! Nunca será um corpo. Um corpo é um organismo vivo, que se locomove, se alimenta, conhece as suas necessidades. Não uma máquina, que se você não colocar óleo ou não ligar na tomada, ela não funciona.
Será que é difícil observarmos máquinas hoje em dia nas igrejas? Será que não conhecemos pessoas que vão à igreja anos após anos, que chegam, se ajoelham, se sentam, se levantam, cantam, se sentam, se levantam, lêem, se sentam, se levantam, dão alguns abraços, se sentam, se levantam e vão embora (ufa! Já fiquei cansado), e fazem isto anos após anos. É pior que uma máquina, ela ainda produz alguma coisa; ele não produz nada!
Mas  como tudo isso se inicia? Começa da seguinte forma: A pessoa tem uma necessidade de Deus, algo que o impulsiona para ir à igreja, chegando  lá, ouve uma mensagem do amor de Deus, que se preocupa com ele, e quer salva-lo. Ele o aceita, se converte, torna-se nova criatura. Até aí, tudo bem, tudo caminhando normalmente. Porém, aquele irmão que se converteu a pouco tempo, começa a desenvolver uma tamanha sede de Deus, que não pode conter, uma fome pela palavra que o leva a ler a bíblia constantemente. Até que chega a ele alguém que diz: “Irmão, vá com calma, você se converteu um dia destes, tem ainda muito tempo para aprender “como as coisas da igreja funcionam”, não precisa ficar se matando de ler a bíblia e nem orando demais, tudo demais estraga, Deus não quer nenhum sacrifício exagerado de você”. Portanto, foi como “jogar um balde de água fria” na fé do novo convertido, é como negar leite a uma criança recém nascida, que com certeza crescerá um homem espiritual desnutrido, se chegar a crescer.
Outra coisa que fazem são pregações relatando promessas de Deus, e quando as pessoas se chegam a eles, mandam as pessoas esperarem até o recebimento da benção, um dia, quem sabe, se você for merecedor. Isto é a mesma coisa que você chamar pessoa com câncer, em fase terminal, lhe prometer um remédio eficaz, e quando ele se chegar até você receberá apenas um chá de camomila e o mandará ir para casa dormir.
Não me admira que as pessoas não quererem ir às igrejas hoje em dia, ou então se desligam delas com menos de um ano de convertidos, não temos nada a oferecer! Nada que modifique a situação em que se encontram. Agora o que fazem constantemente é estabelecer novas regras que aprisionam as pessoas e as fazem se sentir piores do que quando estavam no mundo. Não faça isto, não coma aquilo, não corte isto, não compre aquilo, queime aquilo outro. Coisas que eu tenho certeza que o próprio Deus não está interessado se fazemos ou  deixamos de fazer.
“Porque é preceito sobre preceito e mais preceito; regras sobre regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali. Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o Senhor a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, daí descanso; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir. Assim, pois, a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem, se enlacem, e sejam presos”.(Is 28:10 a 13).
É muito fácil estabelecer o trajeto, ou o funcionamento de uma máquina, é muito fácil estabelecer a manutenção de uma máquina, é muito cômodo botar uma máquina para fazer o trabalho de um corpo. Máquina não fala, não reclama, não tem sentimentos e nem emite opiniões. Trabalhar com um corpo exige que se tenha:
“Amor, paciência, auto controle, perseverança, bondade, alegria, um animo longo, fé, esperança, e contra estas coisas não há lei”. (Gl 5 : 22,23).
O que precisamos hoje, cada vez mais, é de homens e mulheres que estejam dispostos a desenvolverem uma comunhão com Deus, crescendo espiritualmente, tornando-se a cada dia a imagem de Cristo, para então, transmitirem a mensagem de um Deus verdadeiro, tendo as palavras de Jesus, não como regras, mas como ensinamentos.
Ensinando a guardar todas as coisas...”.
(Mt 28:20).
Mas, para ensinar, é preciso primeiro aprender, e para aprender, é preciso manter uma comunhão íntima e constante com Deus. É preciso que haja uma entrega total e verdadeira para que se possa crescer cada dia mais. Por isso:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e Perfeita vontade de Deus.”
(Rm 12:1,2).
Creio que todos nós queremos experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Para isto, nada mais é necessário, além de que nos apresentemos a cada dia, os nossos corpos, como um sacrifício vivo, santo e agradável, que é o verdadeiro culto, o culto racional.
Agora, não pense que isto é para pastores e líderes, pessoas que tem todos os seus horários livres para Deus. É para eles tanto quanto é para nós.
Quando a palavra de Deus diz que: “Deus não faz acepção de pessoas”, isto quer dizer que aos olhos de Deus, todos somos rigorosamente iguais, todos temos as mesmas condições de obter todas as promessas de Deus.
Uma vez que, andamos na presença de Deus, haverá uma modificação em nossas vidas, as pessoas perceberão que há algo novo em nós, haverá luz em nossas vidas, então com certeza teremos algo a oferecer, não algo que seja paliativo para situação, será algo que realmente modificará as nossas vidas e as vidas das pessoas que nos rodeiam. Então poderemos fazer como Pedro e João e dizer com toda a certeza:
“Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda”. (At 3:6).